Hospital Materno Infantil Azancot de Menezes acolhe acto central do Dia Mundial da Consciencialização da Pré-eclâmpsia

Hospital Materno Infantil Azancot de Menezes acolhe acto central do Dia Mundial da Consciencialização da Pré-eclâmpsia

O Hospital Materno Infantil DR. Manuel Pedro Azancot de Menezes acolheu no dia 22 de Maio o acto central do Dia Mundial da Consciencialização da Pré-eclâmpsia.

Na sua mensagem de boas-vindas, a Directora Geral do hospital, Dra Manuela Mendes, anfitriã do evento, manifestou a sua satisfação e grande senso de missão cumprida por acolher e fazer parte de um momento histórico, uma vez que Angola, pela primeira vez, se juntou ao resto do mundo na celebração do Dia Mundial da Consciencialização da Pré-eclâmpsia. A Directora referiu que esta iniciativa da sua unidade hospitalar e da Acção Contra a Pré-eclâmpsia e Eclâmpsia (APEC), através da Direcção Nacional de Saúde Pública. É mais do que uma cerimónia; ela representa um apelo à acção urgente por a pré-eclampsia ser a segunda principal causa de morte materna em Angola, logo após a hemorragia pós-parto.

A sessão de abertura foi endereçada pelo Director Nacional dos Hospitais, Dr. Benedito Quinta, em representação da Senhora Ministra da Saúde que, na sua abordagem realçou a importância do acto, uma vez que a pré-eclampsia sendo uma doença com altas taxas de mortalidade, a sua consciencialização deve ser efectiva para a sua prevenção na devida medida, estando dentro das orientações estratégicas dos objectivos do desenvolvimento sustentável da Agenda de 2030 que, é o de reduzir em um terço a mortalidade prematura de doenças não transmissíveis via prevenção e tratamento.

Num resumo de dados estatísticos das três principais maternidades da provínciade Luanda, nomeadamente, Lucrécia Paim, Augusto Ngangula e Azancot de Menezes, foram registados no ano de 2024 um total de 8.909 casos de pré-eclampsia. Segundo a Directora Geral da Maternidade Lucrécia Paim, dos 25 mil partos registados naquela unidade hospitalar, 6.750 foram com pré-eclampsia. Na Maternidade Augusto Ngangula, dos 28 mil partos registados, 1.708 foram com pré-eclampsi, disse a Dra Délia Costa, Directora das Urgências e por seu turno, a Directora Clínica do Hospital Azancot de Menezes, Dra Elsa Frederico, apontou 451 casos de pré-eclampsia registados na unidade, no ano de 2024, referindo que só neste ano o hospital já registou 264 casos, dos quais 16, evoluíram para eclâmpsia, sendo a forma mais grave da doença que tem levado à morte muitas mulheres.

O lema desta celebração foi “Pergunte-me sobre a pré-eclampsia, posso ajudar.” E foi nesta conformidade que algumas mulheres presentes no acto, poderam tirar dúvidas, junto das especialistas sobre esta patologia.

Um testemunho profundo da sobrevivente da doença foi partilhado, pela senhora Dayse Joaquim que há atrês anos atrás, recebeu o diagnóstico de pré-eclampsia na sua 20ª semana de gestação, tendo resistido até a 31ª semana, numa luta que reconhece ter sido de muito esforço por parte da equipa médica para salvar a sua vida e de muita pressão para ela, por a todo momento temer pela vida da sua filha que não sobreviveu. Meses depois numa gestação seguinte, foi diagnosticada com a mesma doença quando tinha 28 semanas gestacionais e o desfecho foi o mesmo depois de uma cesariana. Dayse descreveu estes períodos como sendo muito desafiadores, mas com muito aprendizado, apesar das perdas.

A sessão de encerramento esteve a cargo do Administrador Adjunto para a Área Política, Social e das Comunidades do município da Camama, Júlio Matias, em representação da Senhora Administradora do município que, antes de tudo, saudou e enalteceu o trabalho incansável da Senhora Directora Manuela Mendes e de toda equipa do Hospital Azancot de Menezes, cuja dedicação diária no atendimento materno-infantil é um exemplo de compromisso com a vida e com o bem-estar das nossas comunidades. Sobre a taxa elevada de mortalidade da pré-eclampsia, apontou ser um desafio que exige acção coordenada de políticas públicas eficazes, mas também uma forte mobilização comunitária. E este evento promovido pelo Ministério da Saúde e seus parceiros é um passo importante nesse sentido.

Neste acto, interviram também vários entidades, pelos seus representantes, como: jackson Ceita – Direcção Nacional da Saúde Pública, Quaresma Gomes – Organização Mundial da Saúde, Rinko Kinoshita – Fundo das Nações Unidas para a População, Manuel Varela – Director do Gabinete Provincial da Saúde e Miriam Caquienda- Sociedade Civíl.

A celebração contou também com uma feira no recinto exterior, onde foi possível a quem estivesse interessado, medir a tensão arterial e ter acesso a serviços informativos, demonstrações práticas e aconselhamento sobre saúde materna e pre-natal.

Foto: Jornal O País